sábado, 7 de janeiro de 2012

NO BRASIL, NÃO SE INVESTE EM CULTURA - RIO DE JANEIRO


CULTURA ZERO NO RIO DE JANEIRO

EMAIL ENVIADO POR CEZAR MAIA

"ELITE" POLÍTICA DO RIO NÃO QUER SABER DE INVESTIR EM ARTES!
1. Um dos mais destacados líderes políticos brasileiros no pós-guerra dizia que investir em cultura é buscar desgaste. Afinal -dizia- no mundo artístico, cada cabeça é uma sentença e, dessa forma, se agrada um e se desagrada muitos. E concluía: melhor é fazer shows de música popular e ir em frente.

2. Os exemplos são amplos, em nível federal, estadual e municipal. Certamente não foi uma prioridade do regime militar. Vide as pornochanchadas. Também não foi de nenhum dos presidentes de lá até o dia de hoje. Gastam mais com incentivos tributários, transferindo responsabilidade, do que com investimentos diretos em cultura.

3. O Rio -que os políticos enchem a boca para dizer: “capital cultural do país”- é um exemplo disso. Basta pensar o que fizeram os governadores nesses anos todos para trás. Nada!  A prefeitura do Rio, entre 1993 e 2008, reverteu este quadro, com a rede de teatros, com o centro de coreografia, as lonas culturais, o museu de arte contemporânea, a Cidade do Samba, o Centro de Referência da Música Carioca, a Rio-Filmes, operacionalizada a partir de 1993, o novo desenho do réveillon a partir de 31/12/1994, etc.
  
4. O atual prefeito, apesar dos inegáveis esforços do segundo secretário de cultura, mantém a linha de esquecer da cultura e lembrar dos eventos. Assim mesmo, nenhum do porte dos Rolling Stones em Copacabana. E com patrocínios desproporcionais e inusitados, como 30 milhões de reais para o sorteio das eliminatórias europeias para a copa de 2014.
   
5. Vereadores dos atuais PC do B e o PSOL, com ajuda de boa parte da imprensa, conseguiram impedir o Rio de ter o mais importante museu de arte contemporânea, em rede de museus, do mundo: o Guggenheim, obstruído na justiça. Depois veio a mais importante escola de design do mundo -o IEDI- inviabilizado na justiça pelo PV.
   
6. E, finalmente, a Cidade da Música, o mais avançado complexo de concerto, ópera e balé do mundo, com a acústica mais sofisticada, suspenso pelo explícito PMDB, com apoio do PT, e mais uma vez com a omissão militante de parte da imprensa.
    
7. Uma pesquisa com mala direta e resposta paga da mais importante promotora de eventos no Theatro Municipal, direcionada a 5 mil pessoas-top da Barra da Tijuca, não obteve uma só resposta sobre interesse a eventos no Theatro Municipal e Sala Cecilia Meireles.
     
8. Não há cidade global sem ter centralidade cultural. E não há centralidade cultural sem um equipamento de dimensão e qualidade internacionais. Gastar 1 bilhão de reais num estádio de futebol só recebe aplausos de muitos ou omissão de parte da imprensa. Gastar 3 bilhões de reais num túnel, após derrubar um viaduto, gera perplexidade de muitos e..., omissão de parte da imprensa.
    
9. Mas investir 500 milhões de reais em 2006 a 2008 no mais sofisticado complexo de Música e Dança -Ópera, Balé e Concerto- duas salas adicionais para música de câmara e acústica, Escola de Música com 12 salas acústicas, shopping cultural e parque público de atração, com todos os equipamentos de gravação de eventos..., aí sim, isso gera reação. Essa reação é produto da inexistência de plateia e demanda para tal.
   
10. Nos últimos 10 dias de 2011, o Lincoln Center recebeu, nas suas 3 salas, 70 mil pessoas. A Cidade da Música tem a função adicional de construir plateia para que o Rio, revitalizado, não seja apenas um desfile de belos corpos, mas também de belas mentes.

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